no silêncio da tarde
meu corpo se encheu de
espantos.
e beleza nenhuma havia
senão sob o prisma desse
medo.
Mariana Botelho
sábado, 20 de junho de 2009
Ana Cristina Cesar
[...] Ana circulou muito, era animal metropolitana. A solidão inextirpável, incurável, que assola de dor e delícia o poeta-escritor na modernidade, nela convivia com a inquietação dos frequentes deslocamentos urbanos, com a busca incessante de inserção em redes de contato humano.
Seu corpo navegava a bordo de carros, trens, aviões, lotações, e ia deixando senhas, rastros pelo caminho, papéis...
Italo Moriconi, in: Ana Cristina Cesar - O Sangue da Poeta. Ed. Relume Dumará
Seu corpo navegava a bordo de carros, trens, aviões, lotações, e ia deixando senhas, rastros pelo caminho, papéis...
Italo Moriconi, in: Ana Cristina Cesar - O Sangue da Poeta. Ed. Relume Dumará
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Ana Cristina Cesar,
Italo Moriconi
quarta-feira, 17 de junho de 2009
(des)encontro
Solidão a duas vozes
domingo, 14 de junho de 2009
quarta-feira, 3 de junho de 2009
Certas Palavras
Certas palavras não podem ser ditas
em qualquer lugar e hora qualquer.
Estritamente reservadas
para companheiros de confiança,
devem ser sacralmente pronunciadas
em tom muito especial
lá onde a polícia dos adultos
não adivinha nem alcança.
Entretanto são palavras simples:
definem
partes do corpo, movimentos, atos
do viver que só os grandes se permitem
e a nós é defendido por sentença
dos séculos.
E tudo é proibido. Então, falamos.
Carlos Drummond de Andrade
em qualquer lugar e hora qualquer.
Estritamente reservadas
para companheiros de confiança,
devem ser sacralmente pronunciadas
em tom muito especial
lá onde a polícia dos adultos
não adivinha nem alcança.
Entretanto são palavras simples:
definem
partes do corpo, movimentos, atos
do viver que só os grandes se permitem
e a nós é defendido por sentença
dos séculos.
E tudo é proibido. Então, falamos.
Carlos Drummond de Andrade
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