sábado, 23 de maio de 2009

Os lírios que demoram

Somos atrasados, somos ultrapassados por nossa pressa
só percebemos o amor a tempo de lembrá-lo
só descobrimos que era a última chance depois de perdê-la
só aprendemos depois que os erros foram cometidos,
que as oportunidades passaram,
que os anos foram estampando nosso rosto;
beijaríamos mais doce se soubéssemos que aquele
seria o último beijo;
gravaríamos a expressão do riso, o som do riso,
a leveza do riso, o porque do riso;
amaríamos mais quem nos importa do que
nosso egoísmo;
amaríamos mais... e apenas isso nos salvaria
de uma vida comum.

(O amor esquece de começar. Você estava dento dele, e eu acabo de chegar. Só agora cheguei ao amor, eu cheguei a você. Depois que as juras venceram, que os presentes foram dados, que os corpos foram expostos. Eu estou sempre atrasada. Eu sou sempre depois de você. Tenho sempre as certezas erradas. Você já foi, e eu ainda estou te esperando naquele aeroporto.

Eu te amo, tarde mais, naturalmente.)

Cáh Morandi

3 comentários:

  1. É, às vezes, as coisas não são atemporais...Belo texto!!!

    beijos

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  2. cada vez mais ludibriante esse blog! que legal!

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  3. Querido Jenifer,

    Passando em visita para te desejar um Bom Dia e convidá-la a retirar um prêmio em meu Blog Verso & Prosa.

    Um grande abraço,
    com carinho!

    Reggina Moon

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