segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

III

Katia Chausheva
Frêmito do meu corpo a procurar-te,
Febre das minhas mãos na tua pele
Que cheira a âmbar, a baunilha e a mel,
Doido anseio dos meus braços a abraçar-te,

Olhos buscando os teus por toda a parte,
Sede de beijos, amargor de fel,
Estonteante fome, áspera e cruel,
Que nada existe que a mitigue e a farte!

E vejo-te tão longe! Sinto a tua alma
Junto da minha, uma lagoa calma,
A dizer-me, a cantar que me não amas...

E o meu coração que tu não sentes,
Vai boiando ao acaso das correntes,
Esquife negro sobre um mar de chamas...

Florbela Espanca

3 comentários:

  1. *****

    Vim conhecer seu espaço e deixar um abraço! Gostei muito!
    Linda homenagem à amada poetisa!
    Também participei com meus blogs. Ontem devido congestionamento não consegui visitar os blogs participantes da Blogagem Coletiva, que foi um sucesso!
    Tenha uma ótima semana!

    Sintonias do Coração

    ETERNOS SONHARES

    Coisas da Helô ©


    *****

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  2. Boa tarde! Estou visitando os blogs participantes da blogagem coletiva.

    Lindo este poema!

    Isto é o que eu chamo de uma corrente do bem! Como é que se poderia chamar uma iniciativa que enche de poesia a blogosfera? Aqui está uma excelente oportunidade para que todos conheçam um pouco mais sobre a genial Florbela Espanca.

    Eis um trecho de "Ser poeta", de Florbela:

    "Ser poeta é ser mais alto, é ser maior
    Do que os homens! Morder como quem beija!
    É ser mendigo e dar como quem seja
    Rei do Reino de Aquém e de Além Dor!"

    Parabéns a todos que estão participando!

    Sensata Paranóia

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  3. Um dos poemas de Florbela, mais inexprimíveis que já li.
    Bj

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