Serenade for the Doll
lembra, meu bem?
quando eu desviava de tua sombra
e corria pelos vales,
e perdia-me nos bares,
pra depois dormir entalada no teu rastro?
lembra?
dos bondes que atrasei,
escapando de teu silvo
e esbarrando nas presenças
infiltradas de teus vãos?
lembra quando eu não sabia
que tu te escondias
entre meus cabelos, pêlos,
em minha espinha,
e lançava-me aos mares,
e por eles regressava,
tentando inutilmente escapar-te?
e de quando enfim descobri
que era outra face tua,
o encontro,
e arfei no teu regaço,
sorri no teu afago
e te amei serenamente,
lembra?
hoje sei serdes
minha única e inviolável
companhia,
e, em meu peito guarnecido,
é inocente gracejo,
essa certeza.
por isso, solidão, meu bem
não te preocupes,
que de ti não fujo mais.
afrouxa, então, os braços
e dá-me as mãos somente
pra que possamos juntas
confundirmo-nos no seio
de outros pares como este.
Raiça Bomfim
quando eu desviava de tua sombra
e corria pelos vales,
e perdia-me nos bares,
pra depois dormir entalada no teu rastro?
lembra?
dos bondes que atrasei,
escapando de teu silvo
e esbarrando nas presenças
infiltradas de teus vãos?
lembra quando eu não sabia
que tu te escondias
entre meus cabelos, pêlos,
em minha espinha,
e lançava-me aos mares,
e por eles regressava,
tentando inutilmente escapar-te?
e de quando enfim descobri
que era outra face tua,
o encontro,
e arfei no teu regaço,
sorri no teu afago
e te amei serenamente,
lembra?
hoje sei serdes
minha única e inviolável
companhia,
e, em meu peito guarnecido,
é inocente gracejo,
essa certeza.
por isso, solidão, meu bem
não te preocupes,
que de ti não fujo mais.
afrouxa, então, os braços
e dá-me as mãos somente
pra que possamos juntas
confundirmo-nos no seio
de outros pares como este.
Raiça Bomfim
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